Wednesday, December 27, 2006

Words of Beauty

Finally the first real words. The magic of the spoken word. The musical sound of your voice echoes a promise in my mind. The flow of speech cuddled in between misunderstandings and fears brings to light this simple truth that I'm overwhelmed by you. Yes, finally the first few words flow and our windows are less than mirrors and more of an opportunity to the world of life and love. Love for words, for the Art of words and love for those who are able to speak them face to face as only lovers or true brother and sister in arms can do. And now, were does it go from now? Will the pre-existing magic disappear? I hope not. Magic is magic, real magic flows like a thrilling river who knows no boundaries, either in written or in spoken form, it does not matter, the river must flow, enlightening both speaker and listener until dialogue becomes more than the participants alone could ever aspire to be.

Soul mates, when found, should not lose sight of each other. Soul mates have a mission on Earth, a mission ordained by God Himself; after all, there are no coincidences. The mission of soul mates is to blossom together. It is their God given duty to nourish within themselves the eminence of the other. These are merely the first words. And long may they excel in their task and reverberate the purity of our belonging! The first words are but first words and first words are here to stay. They will multiply, they will grow and they will become unite. They will flourish in words of beauty.

Tuesday, December 26, 2006

As palavras fugiram

Vês? Eu avisei-te, não te avisei? Eu não te disse que as palavras iam fugir-te e que irias ficar só em muito pouco tempo? Foi preciso ainda menos tempo do que o que te tinha previsto. As palavras fugiram-te e agora nada há a fazer. Há, há muito a fazer. Não é a primeira vez que as palavras me fogem... Sim, isso é verdade, mas tu próprio dizias que estas palavras eram diferentes de todas as outras, dizias que estas palavras eram de uma beleza rara, eram palavras de uma clarividência luminosa como nunca tinhas encontrado e agora... Deixaram-te. Assustaste as palavras com os teus modos rudes de pseudo escritor brigão embriagado. Quem te mandou escrever sob a influência do álcool? Quem te disse para desferires socos em palavras que deverias ter tratado com punhos de renda? Terás razão. Mas é como te digo, não é a primeira vez que as palavras me desertam. Não é a primeira vez que se escondem de mim e como sabes eu também já o previra logo da primeira vez que as lera. E agora? O que vais fazer agora? Agora, vou em busca de outras palavras. Outros modos de passar ao papel as ideias e os sentimentos. Agora, vou, por exemplo, terminar isto.

Sunday, December 24, 2006

Aparição

I have no power left within me to resist the appeal of this overwhelming tune with which you have chosen to enlighten me. In a last cry of despair for my former self I write to you in a language I’m more familiar with, a language that barely holds my sanity together, alas, it is the only way I can think of to gather the random pieces of my shattered former self and fight you off before it is too late. This is my last resource to resist your summon. Already, stupid as it may seem to an indifferent spectator, I’m in love with you. Amo-te. And I wish to be with you forever, even if for Ever is but this brief episode of eternity when two souls touch each other and become One. For Eternity. Let me touch you. I just want to touch you. Now.

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Quinze páginas para traduzir. Ainda quinze páginas. The Medicine Bundle. Que diabo tenho eu a ver com The Medicine Bundle? Estou cansado de traduzir, cansado do trabalho na padaria e de chegar a casa às sete da manhã para ter ainda de me ir sentar à secretária a traduzir um texto que nada me diz. The Medicine Bundle. Sure, it’s an interesting story, it’s got to do with native-americans and their particular mystical take on reality. E depois, como pensar em The Medicine Bundle se só penso em ti? Não, não posso pensar em ti. Tu és uma não-realidade. És produto da imaginação. Tu és tudo aquilo que sonhei, e ao mesmo tempo tu és tudo aquilo que nunca quis.

Isto não faz sentido, ou faz? Não, não faz sentido, já são sete e meia, espera um pouco, como é que é mesmo, como é que se lê isto? Ah, já sei: It was five minutes after closing time when the museum curator... O que é um museum curator? Oi, está a tocar o telefone. Do lado de lá um amigo: vai ao Google, calma rapaz, estás cansado, eu sei, vai ao site da Faculdade; no corpus do departamento vais encontrar o equivalente de "museum curator". Calma. I'm with you. Já fui, está limpo, já sei o que é um museum curator, sempre o soube, sim, sempre o soube, e agora ninguém me trava, ninguém me pára, who’s the man, meu amigo? Who’s the man? Não te esqueças... Remember what I thought you years ago, do you remember? Recorda só mais uma vez: You’re good kid, you’re good, but as long as I’m around, you’ll always be second best. Toma, aprende, é mais uma pérola que te dou. Enquanto estou vivo. Que conversa é essa? A conversa é que cheira-me que não me sobra muito tempo. Os cilindros, a merda dos cilindros está a matar-me. Eu sei que estou a morrer. O meu pai teve o ataque cardíaco aos 45. O meu avó morreu do mesmo aos 50. Estou com 36. Estou a morrer. Tenho de resolver isto dos cilindros, que vício tão estúpido. Anda lá... You’re the man, you will work it out. Are you chicken?..

No, I’m not chicken. I’m a boy, I’m a simple boy, a simple boy living in the past, fighting for life in the present, I’m but a boy trapped in and old man’s mind. Fighting for life, fighting for her or against Her in the present, I don’t know. I don’t know. I don’t even know who or what She is.
Ok, dorme bem, amanhã tenho a família por cá e não posso aparecer de olheiras. Fica.

O telefone fica mudo. Siga, merda, este texto não é mais forte do que eu. Nem pensar, já te mostro. Medicine Bundle, é? Que se fodam as carcaças. Bolas? Bolas não temos, só Vianas. A cinco euros à hora não há tempo para bolas, e se não gostam encontrem outro palhaço que não se importe de queimar os dedos a tirar e a meter o pão do forno.
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The Medicine Bundle é… Eu já te mostro. Espera aí, aquele gajo da Fac enviou-me um mail a gabar-se de que tinha encontrado um equivalente… Espera aí, o que andará o gajo a fazer? Bem, é Natal, deve estar bêbado. Não há-de ser nada. O editor só quer esta porra daqui a uma semana, vou mas é morder o texto; o título fica para o fim; é assim que mandam os livros, é assim que vou fazer. Puta que pariu o pão está quente. Merda, já feri os dedos, ai!..

E depois tu. Porque me fui meter contigo?


Porquê? Vais acabar por dar cabo de mim. Vais matar-me ainda mais depressa do que os cilindros. És bela, de uma beleza ímpar. A tua beleza queima. A tua beleza queima mais do que o forno a mil graus. Ó Deus, este ateu, este ateu e anti-clerical confesso implora-Te. Salva-me dela. Salva-me que ainda morro de Amor por Ela.
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Pardal, são mais quinze bolas para cumprir a cota e fechar a loja por hoje. Pardal? Estás na Lua? Ó Pardal?!? O quê? Sim sou eu, Pardal para os mecos da padaria, Pardal para os mecos do patronato, Pardal para as miúdas da loja da frente, Pardal e é por causa de estar sempre a assobiar a mesma melodia, sempre quando me esqueço do mundo, me esqueço de The Medicine Bundle, me esqueço do pão e de todos e só te vejo a Ti, só tenho olhos para as tuas palavras, para o teu Amor, para o desejo de te possuir e de enfim te vergar à minha vontade egoísta - enquanto vou cozendo fornada de pão após fornada de pão.

O Barbeiro de Sevilha. É a melodia que assobio. Não me perguntes por quê… É belo, quase tão belo como tu. Quase tão belo como eu sou feio e tu és magnífica. Tu – Aparição.


Post Scriptum. Pardal, queres vir connosco até ao Tejo? A Susana e a Rita também vêm… Sabes o que a Susana me disse? Disse-me que a Rita te acha giro, rapaz, estás cheio de sorte!.. Não vens? Como não vens? A cota do pão está cumprida, o boss diz que tu és um bom profissional e acho até que vamos os dois ser aumentados!.. Tens trabalho de casa? Deixa lá o trabalho de casa, se tu não vens a Rita vai ficar aborrecida e vai chatear a Susana e depois quem se lixa sou eu! Ainda não percebeste que a Rita gosta de ti? Porra, pára lá de assobiar essa música sem pés nem cabeça e vem com a gente ao Tejo, não imaginas como é bonito o Tejo na madrugada de Natal com uma cachopa nos braços…

Imagino sim. Ai não que não imagino. Mas. Sabes, eu, quando for ao Tejo, vai ter de ser com Ela. Ou então, não vou lá com mais ninguém.

Saturday, December 23, 2006

Le mot and the words



Ah… Meu amigo, penso que te apaixonas por palavras… Nada mais do que isso, apaixonaste-te por palavras e estas toldaram-te o raciocínio. Em seguida, as palavras irão destruir-te e lamentarás amargamente teres-te entregue a elas de forma tão irreflectida. Verás que o Amor por palavras é o mais ingrato de todos. Em breve as palavras te deixarão só e então vais sofrer o que não sofreu Dante por Beatriz. Verás, em breve as palavras se esconderão algures, algures onde as cegonhas fazem os ninhos, lá longe num canto assombrado, num jardim das maravilhas que nunca visitarás, num jardim onde a tua Alice constrói, palavra a palavra, o vosso castelo de cartas, o vosso palácio que em breve se desmoronará e, então, quem mais irá sofrer serás tu, e não as palavras que te trazem doido, que te deixam eufórico, as palavras que nunca te li, porque não é teu mister escrevê-las.

Regressa para nós, regressa antes que seja tarde, regressa com as tuas memórias feitas de sangue, ópio e asfalto, regressa antes que te seja tarde de mais e as palavras te consumam a vida, “the will”, letra a letra, verbo a verbo, paráfrase a paráfrase. Regressa com a “wit” dos britânicos, regressa com a verve dos lusitanos, regressa com a fúria da escrita que se faz “blunt” a cada espaço que preenches luminoso de noite, grávido de Lua, regressa e dá-nos a morte que escondes de nós e de ti sem nunca deixares de por ela ansiar, mantendo essa clarividência que há muito te ensinei, essa certeza de “business as usual” a que nos habituaste.

“Time is Money, don’t be an idiot.” Porque será que sei que não o farás? Sei que estás cego e não me acreditarás. Meu amigo, rogo-te, ainda não é tarde demais. Olha-te no espelho e percebe de uma vez, os ingleses é que têm razão: “You are in to deep already, get out, get out, get out before you get hurt in that spider trap somebody decided to lay down for you.”E lamento-te, embora admire essa entrega incondicional, a verdade é que não consigo entender o que viste nas palavras, não logro descortinar nesse teu mistério qualquer justeza. Escondes-te de nós e adoras as palavras como se estas não fossem apenas “a means to an end”.

Não vês que as palavras são como as andorinhas? Não vês que são livres de ir e vir, sempre que o Sol brilha noutras partes do Mundo e as andorinhas decidem que as palavras nada são senão “a means to an end”? Ah… Meu amigo, apaixonaste-te por palavras…

Ne t’inquiète pas mon ami. Ce vrai, je suis tombé amoureux. Peut-être, mon cher, peut-être je suis tombé amoureux seulement par de mots, et rien que de mots. What can I say? Une chose je peut te dire: je ne peux pas retourner. Les mots de ce type la, de ce type que j'obtiens quand elle les écrit, valent la peine d'être amoureux avec. La vérité, tu sais, ne pas que ça: «Nos deux cœurs seront deux vastes flambeaux, Qui réfléchiront leurs doubles lumières. Dans nos deux esprits, ces miroirs jumeaux.» Et les mots, mon ami, elles remplissent mon coeur de telles émotions que je ne m'inquiète pas si je vole ou si je meurs au-dessus d'elles. Non, ça ne m'inquiète pas.

Friday, December 22, 2006

Uma morte feliz



Passemos agora para o teu tema principal. O Amor. O Amor de um homem por uma mulher.

Fica já sabendo que um homem cativo nas garras do Amor não passa da metade de um átomo que corre em busca da metade que o complementa. Como saberás um dia, torna-se cómico quando se vê a tal ponto enredado na fantasia que se deita a correr em busca da Mulher, provando assim, contra as expectativas, que no final de contas o Homem que sempre se julgara superior não passa de uma ínfima metade do Ser Humano. E por que razão nunca se tinha o homem lembrado de que era tão incompleto? Porque nunca tinha amado, é óbvio.

Mas, não te olvides, a Mulher está na zona do relativo. A idealidade que o homem lhe atribui é uma total ilusão. E ainda bem, porque senão tu poderias desaparecer engolido na vertigem das emoções ideais que essa Mulher te proporciona.

Conselhos tenho poucos para te dar.

No fundamental deves agir da seguinte forma:

... diremos sempre que sim a tudo quanto ela desejar. E procurarás descobrir todas as graças dela; porque só assim, terás, tu, graça para ela. E nada se pode imaginar de mais maravilhoso, de mais encantador, do que quando ela se sorri do nosso arrebatamento e nos pisca o olho porque sabe que nos faz feliz.

Tal, meu velho amigo, é a tentação que a mulher representa. Uma vontade tão profunda que te chegará a doer. É o melhor dos frutos mas é também aquele que nunca irás saborear. Ficarás preso, sem dúvida, no seu olhar que fere como um punhal, como uma rica adaga de prata debruada com rendas douradas.

Ela é tudo e é nada ao mesmo tempo; despreocupada como o vento, serena como a profundidade do mar, ela é tudo mas sim ti nenhum de vós é nada.

Nenhum homem que não tenha amado é capaz de conceber tudo isto. Ou melhor, só um homem que a ame como tu amas a pode pensar e sentir e viver e desabrochar e... por fim, morrer, tal como eu já morri e tu ainda não, o futuro se encarregará de to dizer. Seja como for, nada temas, se assim morres essa não poderá deixar nunca de ser – Uma morte feliz.

Hate on a Sunday morning



I write in hate and hate consumes what I write
I write as if shaving words with the sharpest of blades
And letters bleed and thoughts cut
for what I write
Is sharp and acute as only hate itself can be.

All things resume to a maddening polarity
There is no brightness in dark words
There is no darkness too. Nothing but Hate.
Inflamed hate until havoc and oblivion alone rule.

Flowers are to be crushed love despised friendship scorned.
Life? Life is to be trapped in a coffin, suffocated
In existence, overwhelmed by the meaninglessness
Of all things that are, were, will be and are not.

My quest? To be content with this dead life of mine
I Hate myself and all of the rest.
I hate what made what I am,
I hate both god and the devil,
my Hate knows not boundaries:

I’m the most hateful man there ever was.

What I touch becomes dead. My breath is foul.
Give me a nuclear device and I’ll crush thee like insects;
With a smile. I crave for the end of Mankind.

And yet…there are tears in my eyes
They carve red scars in the face and all hate is gone.
And I cut my wrists and think only of green pastures
And peace finally overcomes.